O presidente
venezuelano Nicolás Maduro durante cerimônia
no Palácio
Miraflores, em Caracas, no dia 5 de dezembro
(Foto:
Reuters/Marco Bello)
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É primeiro decreto de 2017, mas
sexta extensão de documento assinado em 2016; presidente também anunciou
chegada de novas cédulas.
O presidente da Venezuela, Nicolás
Maduro, assinou neste domingo (15), durante a apresentação do relatório anual
de sua gestão, um novo decreto de emergência econômica para superar a crise
vivida pelo país, o primeiro de 2017, mas a sexta extensão do documento desde
que a situação foi decretada há um ano.
"Amanhã será divulgado no
Diário Oficial o primeiro decreto de emergência extraordinária, de emergência
econômica para continuarmos combatendo a crise, para continuarmos avançando
para superá-la", disse Maduro na sede do Tribunal Supremo de Justiça
(TSJ).
Em pronunciamento feito em rede
nacional de rádio e televisão, Maduro celebrou ter assinado o decreto há um ano
e suas contínuas renovações. Segundo ele, a medida permitiu que o país
"transitasse pela tempestade" de um ano como 2016, considerado por
ele como "duro, difícil, de resistência e da intensificação do assalto ao
poder por parte da oligarquia".
"Os estados de exceção e
emergência econômica foram um instrumento extraordinário para poder manobrar no
meio da crise e poder enfrentar a sabotagem da Assembleia Nacional", disse
Maduro.
O presidente da Venezuela afirmou
que ao longo dos últimos anos, especialmente em 2016, houve uma
"orquestração de interesses" para "quebrar" a revolução
bolivariana comandada por ele.
Ao falar sobre sua gestão no
último ano, Maduro disse que, para atacar a revolução, a "direita nacional
e internacional trabalhou para distorcer o valor da moeda desde Cúcuta e
Miami".
Maduro também alegou que há um
"cerco financeiro internacional" para que a Venezuela não obtenha
auxílio externo. "Há uma manipulação dos fatores internacionais para
tentar declarar que o país está em moratória", completou o presidente.
Como parte da guerra contra o
governo, disse Maduro, houve "açambarcamento, desabastecimento provocado,
contrabando e a aparição de reais máfias da economia criminosa na distribuição
de bens e de serviços".
Maduro apresentou neste ano o
relatório anual de gestão no Supremo e não na Assembleia Nacional, como
determina a Constituição. Segundo ele, o parlamento, de maioria opositora, se
mantém em "desacato" por não aceitar as decisões da última instância
judicial do país.
Novas cédulas
Nicolás Maduro afirmou também que
entrarão em circulação nesta segunda-feira (16) as novas cédulas do bolívar, a
moeda do país, esperadas desde o início de dezembro, e anunciou uma nova
extensão da vigência da nota de 100 bolívares, que deveria ter sido tirado das
ruas há um mês.
"Saúdo a entrada das novas
cédulas de maneira progressiva a partir de amanhã. E decidi estender em mais um
mês a circulação dos bilhetes de 100 bolívares", disse Maduro durante a
apresentação do relatório anual de sua gestão na sede do Tribunal Supremo de
Justiça, em discurso transmitido em rede nacional.
Maduro disse que todo o aparelho
logístico do Banco Central da Venezuela (BCV), da Superintendência das
Instituições do Setor Bancário, contando com o apoio da Força Armada Nacional
Bolivariana, já começaram a distribuir as novas notas.
As cédulas deveriam ter começado a
circular há um mês. Maduro disse que o atraso foi motivado por uma
"sabotagem internacional" que impedia a chegada das notas ao país.
Sobre a nota de 100 bolívares, a
maior em vigência no país até então e equivalente a US$ 0,15, Maduro ordenou
que ela fique nas ruas até 20 de fevereiro, depois de ter determinado a saída
de circulação em dezembro. A medida foi considerada como irresponsável pela
oposição depois dos distúrbios que provocaram a morte de três pessoas.
O presidente afirmou que na última
segunda-feira o BCV recebeu 60 milhões de notas de 500 bolívares, 4,5 milhões
de 5.000 e 2,9 milhões de 20.000, antecipando a distribuição das cédulas.
Segundo o BCV, a mudança
simplificará a vida econômica do país por estar mais ajustada à galopante
inflação, que fechou em 180,9% em 2015. A expectativa é que em 2016 o índice
tenha ultrapassado o ano anterior.
Por Agencia EFE
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