Manifestante
é detido durante protesto contra Nicolás Maduro
em Caracas
(Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
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Três policiais foram
indiciados, anunciou o Ministério Público. Nova onda de manifestações tem 57
mortos.
Três agentes da estatal Polícia
Nacional Bolivariana (PNB) da Venezuela foram presos por supostamente cometer
maus tratos contra 10 jovens que tinham sido detidos em uma manifestação no
último dia 15 de maio, informou nesta quinta-feira (25) o Ministério Público,
de acordo com a agência Efe.
Em um comunicado, o organismo
indicou que dois procuradores do estado de Aragua apresentaram "elementos
de convicção" contra os oficiais da PNB Osvaldo Orozco, Édgar Miguens e
Álvaro Matos. Os procuradores do caso indiciaram os três polícias pelos delitos
de maus tratos e privação ilegítima de liberdade e permanecerão detidos em seu
quartel.
"No dia do fato os
manifestantes, cujas idades oscilam entre 18 e 22 anos, foram detidos pelos
hoje indiciados e transferidos até a sede policial, onde teriam sido submetidos
a maus tratos", afirma o comunicado, que não especifica a que tipo de
tratamento os jovens foram submetidos.
O Ministério Público explica ainda
que investigou o fato e pôde "individualizar as responsabilidades" de
Orozco, Miguens e Matos, que foram detidos na tarde de quarta-feira em seu
local de trabalho.
Segundo dados da procuradoria, a
atual onda de protestos na Venezuela deixou desde 6 de abril mil feridos e 57
mortos, entre os quais três pertencem a corpos policiais e militares.
A procuradora-geral, Luisa Ortega
Díaz, informou nesta quarta que 19 funcionários policiais e militares foram
indiciados por delitos relacionados com a contenção dos protestos e que outras
18 ordens de captura contra agentes das forças da ordem estão pendentes de
execução.
Exército defende seu papel
Criticado por manifestantes como
“assassinos” defendendo um ditador, o Exército da Venezuela insistiu nesta
quinta, segundo a agência Reuters, que não está tomando lado no tumulto
político nacional, embora tenha apoiado o controverso plano do presidente
socialista Nicolás Maduro para um novo Congresso.
As forças militares defenderam seu
histórico durante os protestos, nos quais oponentes de Maduro protagonizaram
manifestações diárias pedindo eleições, ajuda humanitária para compensar uma
crise econômica brutal e liberdade para ativistas presos.
Durante as manifestações, muitas
vezes a unidade da Guarda Nacional das Forças Armadas bloqueou marchas e usou
gás lacrimogêneo e canhões de água contra jovens que atiravam pedras e coquetéis
molotov.
“As Forças Armadas da República
Bolivariana da Venezuela fizeram um esforço superlativo para manter a paz,
proteger a vida como um direito fundamental e manter a estabilidade
institucional”, informaram em comunicado.
O comunicado foi uma resposta à
procuradora-geral Luisa Ortega, que na quarta-feira acusou forças da segurança
de uso excessivo de força contra manifestantes. Ela disse que um estudante foi
morto por uma lata de gás lacrimogêneo lançada de perto por um membro da Guarda
Nacional.
O comunicado militar informava que
a “pré-classificação” e “hipótese” de Ortega eram prejudiciais à moral dos
soldados e combustível para “a opinião pública negativa que grupos de direita”
querem disseminar.
Por G1
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