Foto de
arquivo mostra estudante Otto Warmbier sendo levado
para
tribunal de Pyongyang, na Coreia do Norte, em março
de 2016 (Foto: Reuters/Kyodo)
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Otto Warmbier morreu na
segunda-feira (19), após ser enviado de volta aos EUA da Coreia do Norte, onde
havia sido condenado a 15 anos de trabalhos forçados por roubar um cartaz.
A Coreia do Norte disse nesta
sexta-feira (23) que a morte do
estudante universitário norte-americano Otto Warmbier pouco depois de sua volta para casa é
um mistério e rejeitou acusações de que ele morreu por ter sido torturado e
espancado durante a detenção pelo regime norte-coreanos, classificando-as de
"infundadas".
O porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores norte-coreano também disse, em comentários divulgados pela
agência de notícias oficial KCNA, que Warmbier foi "uma vítima da política
de paciência estratégica" do ex-presidente norte-americano Barack Obama,
cujo governo nunca solicitou sua libertação.
"O fato de que Warmbier
morreu subitamente menos de uma semana depois de sua volta aos EUA com
indicadores de estado de saúde normal é um mistério para nós também",
disse o porta-voz, segundo a KCNA.
Warmbier, de 22 anos, foi preso no
país recluso durante uma visita de turismo. Ele foi condenado a 15 anos de
trabalhos forçados por tentar roubar um objeto com um slogan de propaganda de
seu hotel, disse a mídia estatal da Coreia do Norte.
Ele foi levado de volta aos
Estados Unidos na semana passada em coma, com danos cerebrais e o que médicos
descreveram como um estado de "vigília passiva", e morreu na
segunda-feira (19).
Sua morte intensificou o conflito
entre Pyngyang e os EUA, já agravado pelos lançamentos de mísseis e dois testes
nucleares norte-coreanos desde o início do ano passado, parte de seu esforço
para desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de portar uma ogiva
nuclear e atingir o território continental dos EUA.
O presidente dos EUA, Donald
Trump, culpou a "brutalidade do regime norte-coreano" pela
morte, e seu colega sul-coreano, Moon Jae-in, que vinha defendendo o
diálogo com o vizinho, disse que Pyongyang teve uma "grande
responsabilidade" nos acontecimentos que levaram à morte do estudante.
O porta-voz da Coreia do Norte
disse que tais acusações são parte de uma campanha para difamar o país, que deu
"tratamentos e cuidados médicos com toda a sinceridade" a uma pessoa
que "claramente era um criminoso".
Médicos norte-americanos que
viajaram ao país recluso na semana passada para retirar Warmbier reconheceram
que este "lhe ofereceu tratamento médico e o trouxe de volta à vida quando
seu coração quase parou", disse o porta-voz não-identificado do
ministério.
"Embora Warmbier fosse um
criminoso que cometeu um ato hostil contra a RPDC (República Popular
Democrática da Coreia, o nome oficial do país), aceitamos os pedidos reiterados
do atual governo dos EUA e, em consideração à sua má saúde, o enviamos de volta
para casa por razões humanitárias", afirmou o porta-voz.
A causa exata da morte de Warmbier ainda não está clara.
Por Reuters
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