Governador
Luiz Fernando Pezão foi 22 vezes a Brasília
em 2016,
segundo o governo (Foto: Reprodução/TV Globo)
|
Valor é 29% maior que o gasto em
2016. Nova licitação, de R$ 2,5 milhões por ano, é R$ 1 milhão mais barata que
contrato assinado por Cabral para uso de jatos em 2012.
O governador do Rio de Janeiro,
Luiz Fernando Pezão (PMDB), gastou R$ 1,59 milhão em viagens de jatinho em
2017. É um aumento de 29% em relação ao R$ 1,2 milhão gasto em 2016, de acordo
com levantamento feito pelo G1 no portal da transparência do Governo do RJ.
Segundo a assessoria do
governador, as viagens são todas oficiais e o maior uso do transporte aéreo
neste ano se deve às idas a Brasília (22 vezes) para negociar o plano de
recuperação fiscal do estado com o governo federal, que ainda não foi
homologado.
Os números se referem ao valor
liquidado, ou seja, ao serviço que foi efetivamente prestado neste ano. Se
considerar o que foi desembolsado, o valor aumenta para R$ 1,9 milhão, pois
inclui restos a pagar de 2016.
R$ 116 mil por mês
Desde que assumiu o cargo em 2014,
Pezão gastou em média R$ 116 mil por mês com viagens de jatinho. Os aviões são
fornecidos pela empresa Líder Táxi Aéreo, que tem contrato atualmente com o
governo do RJ.
O contrato em vigor foi assinado
em 2012, na gestão Sérgio Cabral (PMDB). Previa o gasto de até R$ 3,4 milhões e
tinha duração de um ano. Desde então, teve sete aditivos. O último foi
publicado em maio deste ano para permitir gastos adicionais de R$ 568,8 mil.
Na última semana, foi lançada uma
licitação no valor de até R$ 2,5 milhões para a contratação de uma empresa de
táxi aéreo que irá servir o “chefe do Poder Executivo do estado”, ou seja, o
governador.
Segundo o edital, que está sendo
investigado pelo Ministério Público, a aeronave deve ter banheiro privativo
independente da cabine de passageiros, poltronas giratórias para reuniões e
altura mínima de cabine de 1,65 cm para acomodar os passageiros mais altos.
Deverá ser um avião a jato, com
duas turbinas, com capacidade mínima de seis passageiros, além da tripulação.
Também deve ter autonomia mínima de 3,5 horas de voo, sendo capaz de percorrer
uma distância de 2,2 mil km para que seja possível ir do Rio ao Distrito Federal
e as principais capitais.
O que diz o governo?
Apesar de polêmico, em tempos de
servidores com salários atrasados e uma crise financeira ainda sem solução,
Pezão defende o uso de jatinhos e a nova licitação. De acordo com o governo do
Rio, a maior parte dos estados brasileiros tem aeronave própria ou aluga táxi
aéreo para transportar os governadores e suas equipes.
Em nota, a assessoria do
governador afirmou que o aumento dos gastos “decorre da necessidade, em 2017,
de 22 viagens do governador a Brasília para garantir a aprovação e aguardada
homologação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que significa cerca de R$ 62
bilhões em três anos e que será crucial para o reequilíbrio fiscal do Estado do
Rio de Janeiro”.
“Para garantir a aprovação do RRF,
o governador e sua equipe tiveram que comparecer à Brasília para reuniões e
negociações com a Presidência da República, ministros, senadores e deputados. O
trabalho presencial do governador na Câmara dos deputados, por exemplo,
garantiu a aprovação do RRF com 316 votos favoráveis”, completa.
Ressalva ainda que “o táxi aéreo é
utilizado exclusivamente para compromissos de trabalho do governador e a equipe
que o acompanha, nunca sendo utilizado para fins particulares”. Com relação ao
edital lançado este mês, justifica que “o valor de R$ 2,5 milhões estipulado na
licitação que será realizada pelo governo só poderá ser comparada a períodos
anteriores ao final do contrato. Isso porque o valor máximo de R$ 2,5 milhões é
um teto estabelecido, mas pode não ser atingido, a depender da necessidade de
viagens. Ou seja, ao final, o gasto poderá ser bastante inferior”.
Por Felipe Grandin, G1 Rio
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!