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BRASÍLIA E SÃO PAULO
- A divulgação nesta quinta-feira, 23, do Barômetro Político Estadão-Ipsos que aponta alta na aprovação
pessoal do apresentador de TV Luciano Huck provocou imediata reação no meio
político e entre pré-candidatos à Presidência. Analistas e cientistas políticos
avaliam, entretanto, que a alta aprovação da imagem não necessariamente significa
conversão em intenção de votos e que, caso tenha a intenção de que isso
aconteça, o apresentador teria de se movimentar mais explicitamente no cenário
eleitoral.
No meio
político, a reação mais explícita foi na forma de provocação feita pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta viabilizar sua candidatura pelo
PT enquanto aguarda julgamentos da Operação Lava Jato. Em entrevista a uma
rádio, Lula disse que tudo o que mais deseja na vida é “disputar (a
eleição) com alguém com o logotipo da Globo na testa”. A mesma frase
foi publicada no Twitter do petista.
O senador
Cristovam Buarque (PPS-DF), que também já externou a intenção de se candidatar
à Presidência, minimizou o resultado. “Se colocarmos os nomes do Faustão,
Fernanda Montenegro e de atores de novela, acho que também teriam aprovação
desse tipo”, disse. Para ele, um candidato tem de estar “carregado” de proposta
e bagagem política. “Fica difícil responder sobre o nome do Huck porque não sei
qual é a proposta dele para o Brasil.”
Potencial
candidato à Presidência pelo PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,
disse, durante visita a Barra Bonita, que novas lideranças na política, como
Huck, “são positivas”. “A pior política é a omissão. Não sei se ele será
candidato (a presidente), mas se puder participar de alguma forma,
ganha o País e a sociedade”, afirmou.
O Barômetro Político Estadão-Ipsos mostrou
significativa melhora na imagem do apresentador nos últimos dois meses. A
aprovação ao nome de Huck registrou salto de 17 pontos porcentuais desde
setembro, passando de 43% para 60% no mês seguinte. Já a desaprovação caiu de
40% para 32% no mesmo período.
O cientista
político Rodrigo Augusto Prando, professor da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, ressaltou que os números não significam consolidação de eleitores
que votariam em Huck, uma vez que a pergunta do levantamento é: “Agora vou ler
alguns nomes e gostaria de saber se o senhor (a) aprova ou
desaprova a maneira como eles vem atuando no País”.
Para o
professor, a pesquisa revela o alto porcentual de entrevistados aprovando a
atuação de Huck como apresentador da maior rede de televisão brasileira. “Isso
pode, em breve, se converter em votos? A resposta, aqui, não é tão simples,
pois a variável ainda importante no cenário para 2018 é se Lula será ou não
candidato”, disse.
Articulação
Para transformar
os 60% de aprovação em votos, Huck precisaria se aproximar de políticos
experientes, sem perder o “ar de novidade”. Essa é a opinião do cientista
político Vitor Oliveira, da agência Pulso Público. “Ele precisa dessas forças
tradicionais para ter estrutura ou base para entrar em uma disputa eleitoral
com chances reais”, afirmou. O apresentador tem dito que não é candidato, mas
tem conversado com lideranças partidárias.
Para o
estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido, a baixa rejeição
de Huck é “natural”.
Barômetro marca parceria Estadão-Ipsos
A publicação
nesta quinta dos resultados do Barômetro
Político, agora renomeado Barômetro
Político Estadão-Ipsos, marca o início de uma parceria entre o principal
jornal brasileiro e a terceira maior empresa de pesquisas do mundo.
Levantamento
que mede a popularidade das principais figuras públicas do País, o Barômetro ouve mensalmente cerca
de 1,2 mil pessoas em 72 municípios e faz parte do Pulso Brasil, pesquisa da
Ipsos que monitora a opinião pública sobre política, economia, consumo e
questões sociais.
Com histórico
desde agosto de 2015, o Barômetro tem
refletido o descontentamento da população brasileira com a classe política. A
pesquisa, no entanto, não é um levantamento de intenção de votos, mas a
aprovação ou desaprovação da maneira como figuras públicas vêm atuando no País.
Para acompanhar
o lançamento do Barômetro Político
Estadão-Ipsos, o Estado passará
a publicar em seu site uma coluna mensal de Danilo Cersosimo, diretor da área
de Public Affairs, sobre o cenário político nacional. Sociólogo pela USP e
mestre em Estudos Urbanos pela University College London, Cersosimo atua há
mais de 20 anos em pesquisa social e opinião pública.
“A parceria
com O Estado de S. Paulo acontece
em um momento muito importante para o nosso País. Trazer um entendimento total
sobre o Brasil e os brasileiros é a missão da Ipsos. Por isso, é um motivo de
enorme satisfação contar agora com O
Estado de S. Paulo, um dos veículos de comunicação de maior
credibilidade do País, para levarmos ao público dados e análises da nossa
pesquisa Barômetro Político,
que será um importante termômetro no cenário das eleições de 2018”, avalia
Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil.
“A parceria
entre Estadão e Ipsos
levará aos nossos leitores um conteúdo de alta qualidade sobre as questões mais
atuais e relevantes no Brasil e no exterior”, afirma João Caminoto, diretor de
Jornalismo do Grupo Estado.
Fundada em 1975
na França e presente no Brasil desde 1997, a Ipsos é uma empresa independente
de pesquisas de mercado, que hoje atua em 88 países e tem mais de 5 mil
clientes. A Ipsos está atrás apenas de Nielsen e Kantar.
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