Lista dos
bilionários do Brasil ganhou 12 novos integrantes, aponta Oxfam.
Cinco
bilionários brasileiros concentram patrimônio equivalente à renda da metade
mais pobre da população do Brasil, mostra um estudo divulgado nesta
segunda-feira (22) pela organização não-governamental britânica Oxfam antes do
Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, na Suíça, nesta semana.
A lista é
encabeçada por Jorge Paulo Lemann, sócio do fundo 3G Capital, que possui
participações nas empresas AB InBev (bebidas), Burger King (fast food) e Kraft
Heinz (alimentos). Veja abaixo:
- Jorge Paulo
Lemann, 77 anos (3G Capital)
- Joseph Safra, 78 anos (Banco Safra)
- Marcel Herrmann Telles, 67 anos (3G Capital)
- Carlos Alberto Sicupira, 69 anos (3G Capital)
- Eduardo Saverin, 35 anos (Facebook)
Para fazer seus
levantamentos, a ONG britânica de combate à pobreza usa dados sobre bilionários
da revista "Forbes" e informações sobre a riqueza em escala global de
relatórios do banco Credit Suisse.
12 novos
bilionários
No ano em que o
mundo teve um acréscimo recorde de bilionários --um a cada dois dias --, o
Brasil ganhou 12 novos integrantes. O grupo passou de 31 para 43 integrantes em
2017.
O incremento
ocorre devido à volta de pessoas que já fizeram parte do seleto grupo, mas
perderam dinheiro nos últimos anos, em meio à crise econômica no Brasil.
Voltaram a ser
bilionários executivos como Ana Maria Marcondes Penido Sant’Ana (acionista da
CCR), João Alves de Queiroz Filho (Hypermarcas), Rubens Ometto Silveira Mello
(Cosan), Lina Maria Aguiar e Lia Maria Aguiar (Bradesco) e Maurizio Billi
(Eurofarma).
O patrimônio
somado desses indivíduos cresceu 13% em 2017 e chegou a US$ 549 bilhões.
Ricos x
pobres
O ano no Brasil
foi marcado, de um lado, pela retomada da economia e por sucessivas altas na
cotação das ações listadas na bolsa de valores brasileira. Por outro lado, o
desemprego que, apesar de estar caindo, continua alto e atinge 12,7 milhões de
trabalhadores.
O empresário
Jorge Paulo Lemann, em foto de novembro
de 2013
(Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo/Arquivo)
|
"O
patrimônio no Brasil foi reduzido como um todo, mas quem perdeu mais era quem
já não tinha muito", diz Rafael Georges, coordenador de campanhas da
Oxfam.
Os mais ricos
possuem mais ativos financeiros do que a média da população e se beneficiaram
mais da maré positiva no mercado, diz Georges. O Ibovespa, principal índice da
bolsa paulista, acumulou valorização de quase 27% no ano passado.
O grupo do 1%
reuniu no ano passado 44% da riqueza nacional, em linha com os anos anteriores.
Salário
mínimo
Enquanto isso,
encolheu a participação na renda nacional dos brasileiros que estão entre os
50% mais pobres. Passou de 2,7% para 2%.
"Com as
pessoas se endividando, aquelas que têm alguma coisa para vender acabam
vendendo para pagar dívida. Por isso, a retração na participação."
Para mostrar a
distância entre o grupo no topo e o que está na base da escala econômica no
Brasil, a Oxfam calculou que uma pessoa remunerada só com salário mínimo
precisar trabalhar 19 anos se quiser acumular a quantia ganha em um mês por um
integrante do grupo do 0,1% mais rico.
Por Helton Simões Gomes, G1
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!