Um policial
armado encarregado de fazer a segurança da Marjory Stoneman Douglas High School, onde no dia 14 de
fevereiro um atirador matou 17
pessoas, não chegou a entrar no prédio para deter o atirador. Imagens de
câmeras de segurança analisadas pela polícia mostrou o oficial do lado de fora
da escola por ao menos 4 minutos enquanto os tiros eram escutados.
O oficial Scott Peterson protegia a
escola desde 2009, segundo informou a imprensa local, e estava de plantão e
uniformizado no momento da tragédia. Nos Estados Unidos, há diversos oficiais encarregados de fazer a segurança
de escolas e as suas atribuições variam de acordo com o Estado. Na Flórida, esses oficiais devem
documentar incidentes e realizar prisões.
No momento em
que Nikolas Cruz, de 19
anos, começou a atirar no interior da escola, Peterson deveria ter entrado para
intervir, mas ao analisar as câmeras de segurança da instituição, o
xerife Scott Israel viu
que o policial chegou ao local 90 segundos após Cruz e ficou do lado de fora
por pelo menos 4 minutos. Segundo ele, o tiroteio durou 6 minutos.
“O que eu vi
foi um policial chegar ao lado oeste do prédio 12, assumir uma posição e ele
nunca entrou”, disse Israel. Questionado sobre o que o policial deveria ter
feito ele respondeu “Entrado. Abordado o assassino. Matado o assassino”.
O policial
recebeu uma suspensão, mas decidiu renunciar de seu cargo. Peterson ainda não
se pronunciou sobre o caso. Segundo a BBC, diversos policiais
estão protegendo a residência de Peterson.
Professores
armados
O massacre, em
que Cruz disparou contra estudantes portando um rifle AR-15 cuja compra nos Estados
Unidos pode ser feita por maiores de 18 anos reascendeu o debate sobre posse e
controle de armas no país. Vítimas do massacre pedem uma lei de controle de armas muito mais rigorosa, enquanto o
presidente Donald Trump defendeu
nesta quinta-feira que professores
deveriam portar armas de fogo.
A Casa Branca comunicou que poderia
conseguir fundos para treinar 1 milhão de professores para defender as escolas.
Quando questionado sobre a praticidade de se ter professores armados, o
vice-secretário de imprensa da Casa Branca Raj Shah respondeu que “quando você
tem uma situação horrível, o que você pensa e não pensa ser prático pode
mudar”.
Trump também
manifestou interesse em pagar um bônus a esses professores e que até 40% desses
profissionais poderiam ter porte de arma, especialmente militares aposentados.
Segundo o presidente, é preferível ter professores preparados a ter que treinar
crianças e ensiná-las que a qualquer momento atiradores podem entrar nas
escolas. “Eu quero minhas escolas protegidas exatamente como eu quero proteger
meus bancos” , disse ele.
A sugestão do
presidente causou indignação no sindicato dos professores.
A posição do
presidente se alinha com os interesses do maior grupo de lobby pró-porte de
armas dos Estados Unidos, Associação
Nacional do Rifle (NRA), cujo vice-presidente acusou nesta quinta-feira, os democratas e a imprensa de explorarem o
massacre para impor o controle de armas aos americanos. Trump e a NRA
possuem uma relação muito próxima, tendo ele afirmado enquanto era candidato em
2016, que, se ganhasse, o grupo teria um “amigo na Casa Branca”. Trump chegou a
chamar os membros do grupo de “patriotas” pelo Twitter nesta quinta-feira.
VEJA.com
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