Mulher
conta notas de bolívares venezuelanos em
um mercado
de Caracas, Venezuela
(Foto:
Reuters/Marco Bello)
|
Maduro determinou ainda a emissão de novas cédulas em junho, em
meio a inflação descontrolada no país.
O presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (22) que decidiu cortar
três zeros da moeda do país e substituir as cédulas em circulação a partir de
junho. A medida é uma tentativa de enfrentar a escassez de moeda em meio à
inflação descontrolada no país.
Em uma grave
crise econômica, a Venezuela fechou
o ano 2017 com uma inflação acumulada de 2.616%, segundo a Assembleia
Nacional (Parlamento), que calculou em 85% a inflação do mês de dezembro.
No início de
2018, o presidente da Comissão de Finanças, José Guerra, disse que a inflação
aumentou pela "impressão de dinheiro do Banco Central da Venezuela (BCV)
para financiar o déficit do Governo".
"70% do
déficit do Governo venezuelano para o ano 2017 foi financiado com impressão de
dinheiro", disse Guerra. "A inflação é distinta à hiperinflação
porque a inflação dentro de tudo é normal. Uma hiperinflação é insuportável. É
a ruína de um país", disse Guerra.
Dinheiro sem
valor
Em março deste
ano, uma reportagem da BBC mostrou que uma
pilha de dinheiro que há 15 anos comprava apartamento agora só paga um café na
Venezuela.
A população
enfrenta escassez de dinheiro e produtos, e não há previsão para essa crise
chegar ao fim. A previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) é que a
Venezuela termine 2018 com uma queda de 15% do Produto Interno Bruto (PIB), e
uma inflação ainda maior que a do ano anterior, de 13.000%.
Com a crise, o
número de venezuelanos que fogem da situação para os países vizinhos disparou,
e o Brasil é um desses destinos. Em Boa Vista, até fevereiro o
número de imigrantes da Venezuela chegou a 40 mil, segundo a
prefeitura, o equivalente a mais de 10% dos cerca de 330 mil habitantes da
cidade.
Em outras cidades
de Roraima, brasileiros chegaram a fazer protestos contra a presença dos
estrangeiros. Na terça-feira (20), venezuelanos foram expulsos
de um prédio ocupado e tiveram seus bens queimados em Mucajaí. No
dia seguinte, houve outro protesto, mas desta vez pacífico, em Pacaraima.
Durante o ato, a
fronteira entre Brasil e Venezuela teve o tráfego interrompido por quase meia
hora.
Por G1
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