Vista de
Hong Kong, que tem a cidade mais cara do
mundo (Foto: bluelightpictures/Creative Commons)
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Passar por um posto de gasolina para encher o tanque é algo
corriqueiro na maioria dos países, mas financeiramente a experiência pode ser
bem diferente dependendo de onde você estiver.
Bombas de gasolina de posto na zona sul de São Paulo; preço da
gasolina depende de muitos fatores, como os subsídios ou impostos
governamentais (Foto: Marcelo Brandt/G1) Bombas de gasolina de posto na zona
sul de São Paulo; preço da gasolina depende de muitos fatores, como os
subsídios ou impostos governamentais (Foto: Marcelo Brandt/G1)
Bombas de gasolina de posto na zona sul de São Paulo; preço da
gasolina depende de muitos fatores, como os subsídios ou impostos
governamentais (Foto: Marcelo Brandt/G1)
Ainda que a gasolina seja um produto "globalizado", vendido
no mundo inteiro, as condições que determinam seu preço em cada país são bem
distintas, assim como as possíveis repercussões de um súbito aumento.
Ao redor do mundo, o preço dos combustíveis está sujeito a variáveis
como subsídios ou impostos, o preço do barril de petróleo e políticas de
combate à inflação.
No Brasil, por exemplo, a Petrobras congelou o preço do combustível
para controlar o aumento da inflação durante o governo de Dilma Rousseff.
No governo de Michel Temer, a empresa assumiu uma nova política de
preços de ajustes periódicos de acordo com a dinâmica dos mercados nacional e
internacional.
São essas variáveis, juntamente com a disponibilidade de petróleo
extraído em território nacional e a distância que cada país está da fonte
exportadora, é que fazem com que o preço do litro da gasolina varie
radicalmente ao redor do planeta. Em determinado país ela pode custar 200 vezes
mais do que em outro. E também é preciso levar em conta o poder aquisitivo do
consumidor.
Ainda que o preço seja muito alto na Holanda e muito baixo na Bolívia,
isso não signfica que, para os holandeses, a gasolina seja muito cara, nem que
seja muito barata para os bolivianos.
Os mais baratos
Segundo a consultoria Global Petrol Prices, a Venezuela é o país com a
gasolina mais barata no mundo, entre 167 países e territórios analisados em seu
mais recente relatório semanal, divulgado em 9 de janeiro.
A R$ 0,04 cada litro, a gasolina continua a ser incrivelmente barata
na Venezuela, país que enfrenta um difícil momento econômico, com inflação
galopante.
O país tem as maiores reservas petrolíferas comprovadas do planeta. E,
em meio ao colapso econômico pelo qual passa, o governo venezuelano segue
empenhado em subsidiar massivamente o preço do combustível.
Outras quatro nações com a gasolina mais barata do mundo também são
quase todas grandes produtoras de petróleo.
Na Arábia Saudita, o país com a segunda maior reserva de petróleo do
mundo e 13º no ranking de menores preços, paga-se 54 vezes mais do que na
Venezuela, mas o preço continua bem baixo: R$ 2,16 por litro.
A gasolina também é muito barata no Irã (R$ 1,02/litro) e no Sudão
(US$ 1,24/litro), dois grandes produtores na Ásia e na África, respectivamente,
e no Kuwait (US$ 1,27/litro).
São países que acabam comprometendo recursos fiscais para subsidiar a
gasolina para seus cidadãos, porque, ao vendê-la a preços baixos internamente,
renunciam a receitas que seriam obtidas na exportação de petróleo de acordo com
os preços internacionais.
No último ano, o valor internacional do petróleo subiu e, caso
continue disparando, como alguns preveem, o custo para manter a gasolina tão
barata poderá ser ainda maior para essas nações.
Talvez seja mais surpreendente a lista dos países onde a gasolina é
mais cara.
O primeiro lugar fica com o território chinês de Hong Kong, onde o
litro custa R$ 7,73 segundo a Global Petrol Prices, ou seja, 194 vezes mais do
que na Venezuela.
Entre os motivos para o preço recorde, estão os impostos, o alto custo
de imóveis e outros gastos operacionais, segundo o jornal South China Morning
Post.
Na segunda posição está a Islândia (R$ 7,70/litro), nação em que
impostos e a consciência ambiental ajudam a explicar por que é tão caro encher
o tanque no país.
Mais intrigante ainda é o país em terceiro lugar: a Noruega, onde se
paga R$ 7,44 por litro. O surpreendente é que a nação é um dos grandes
produtores e exportadores de petróleo do mundo.
Graças a suas jazidas no mar do Norte, o país está entre os 20
principais produtores do planeta. Mas, em vez de subsidiá-lo, criou restrições
que tornam muito caro ter um automóvel privado, em prol de políticas que
incentivam o transporte público.
Suas exportações de petróleo alimentam o Fundo Soberano da Noruega,
usado para diversificar sua economia, tendo em vista o dia em que as reservas
se esgotarão.
A mesma lógica se aplica à Holanda (R$ 7,11/litro), em quarto lugar,
seguido por Mônaco e Dinamarca, com um preço de R$ 7,04/litro.
Israel, o nono país com a gasolina mais cara do mundo (R$ 6,82/litro),
por sua vez, é um país que aplica impostos altos na gasolina vendida nos postos
e produz muito pouco petróleo, dependendo majoritariamente de importações.
No entanto, segundo o próprio governo israelense, o petróleo "é
um recurso majoritariamente produzido por nações que não são amigos e são até
mesmo hostis" a este país.
A Grécia, sétimo país mais caro, entrou na lista depois de se ver
obrigada a aumentar tributos a fim de ajustar suas finanças e cumprir as
rigorosas condições impostas por seus credores para obter empréstimos.
O Brasil ocupa a 91ª posição do ranking, com um preço médio de R$ 4,30
por litro, o mesmo valor cobrado atualmente na África do Sul.
Composição do preço
De acordo com a Petrobras, o preço da gasolina vendida ao consumidor
final nos postos de combustível é composto por três parcelas: uma parte do
produtor ou importador, tributos do governo e o lucro do revendedor. No Brasil,
esse lucro equivale às margens brutas de distribuição e dos postos revendedores
de gasolina.
A Petrobras afirma que 29% do preço final da gasolina comum vendida
nos postos é apenas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços). O lucro dos postos equivale a apenas 9% do valor final do
combustível.
A maior fatia do valor é definida pela própria Petrobras - 34%. Há
ainda 16% destinados à Cide e PIS/Pasep e Cofins, recolhidos pela União, além
de 12% equivalente ao valor correspondente ao etanol anidro, misturado à
gasolina.
Os tributos federais são cobrados como um valor fixo por litro - o de
Pis/Cofins, por exemplo, é de R$ 0,7925 por litro de gasolina; a Cide, de R$
0,10 por litro.
O ICMS, por sua vez, é um percentual sobre o preço de venda - ou seja,
cada vez que ele sobe, os Estados recolhem mais impostos.
Como é formado o preço da gasolina e do diesel?
Por BBC
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